Gustavo Azevedo (Otagust)
A Era da Invencibilidade: Quando Tudo Parecia Fácil
Nessa ilustração, Gojo e Geto transpiram uma tranquilidade quase arrogante – a confiança de quem sabe que é o mais forte. Durante seus anos como estudantes, os dois viviam em um mundo onde nenhuma ameaça parecia verdadeiramente perigosa. Seja qual fosse o problema, a combinação de seus poderes tornava tudo resolvível. Eles não eram apenas parceiros; eram complementos perfeitos, equilibrando-se mutuamente tanto no campo de batalha quanto na vida cotidiana.
A cena captura justamente essa dualidade: a descontração de dois jovens que, apesar de carregarem responsabilidades enormes, ainda conseguiam encontrar momentos de normalidade. Dormir na sala de aula era um ato banal, quase ingênuo, mas também um reflexo de como, naquela época, o mundo do jujutsu ainda parecia um jogo que eles controlavam.
O Pós-Amanai: Quando o Mundo Desmoronou
Toda a leveza dessa ilustração, porém, contrasta violentamente com o que viria depois – mais especificamente, após a morte de Riko Amanai. Esse evento marcou o ponto de ruptura na vida de ambos, transformando suas trajetórias em espirais de dor e isolamento.
Para Geto, a perda de Amanai foi a gota d’água que o fez questionar tudo em que acreditava. Ele não apenas perdeu a fé no sistema do jujutsu, mas também começou a ver a si mesmo e a todos os feiticeiros como meras ferramentas descartáveis. Sua sanidade se esfacelou, levando-o a um caminho de radicalização e violência.
Já para Gojo, a tragédia foi diferente, mas igualmente devastadora. Ele não perdeu apenas uma missão ou uma “inocente” – perdeu o único igual que tinha. Geto era mais que um amigo; era a única pessoa que fazia Gojo se sentir compreendido. Sem ele, Satoru se tornou o "mais forte" de forma solitária, cercado por aliados, mas sem ninguém que verdadeiramente o enxergasse.
A Crueza do Mundo de Jujutsu Kaisen
Essa ilustração, portanto, não é só uma cena fofa do passado. É um lembrete cruel de como Jujutsu Kaisen constrói suas tragédias: mostrando o que foi perdido. A imagem de Gojo e Geto dormindo na sala de aula é como uma fotografia antiga – algo que, visto de longe, parece feliz, mas que, no contexto da história, só aumenta a dor de saber como tudo acabou.
O mundo do jujutsu não poupa ninguém, nem mesmo os mais fortes. E talvez essa seja a lição mais dura da obra: a força não impede o sofrimento; às vezes, só o torna mais solitário.
E você? O que sentiu ao ver essa ilustração? Conte nos comentários se acha que Gojo e Geto poderiam ter tido um destino diferente.
